domingo, 17 de janeiro de 2010

Ano Novo

A ladainha se repete anualmente: listas de desejos para o ano que começa. Só que, em tese, nada muda, já que, de acordo com o calendário que nos rege, o 1º de janeiro não faz mais do que se seguir ao 31 de dezembro.
Mas vamos lá.

Que em 2010 sejamos mais sorridentes e menos carrancudos, mais livres e menos sistemáticos, mais solidários e menos hedonistas. Que dancemos mais e passemos menos tempo sentados na frente do computador. Que encontremos menos crianças pedindo dinheiro nos sinais, menos crianças sentindo fome, me­nos velhos morrendo solitários e desamparados. Que a hipocrisia saia de moda, que a covardia seja enterrada, que a caretice diga adeus e vá embora. Que possamos rir mais, gargalhar mais, chorar mais. Que aceitemos o sofrimento como parte de nós mesmos, sabendo que ele é inevitável e belo porque representa a vida, que os políticos corrupitos sejam finalmente presos, que o objetivo do futebol volte a ser fazer um gol e não simplesmente deixar de sofrê-lo.
Que viajemos mais, que empaquemos menos, que nos apaixonemos mais, que odiemos menos. Que aqueles que falam a verdade não sejam processados e punidos, que padres deixem de abusar de menores. Que consigamos dizer “eu te amo” mais vezes, que aprendamos a pedir perdão, que não adiemos mais aquela palavra de carinho, aquele gesto, aquele olhar.
Que questionemos mais. Que nosso presidente perceba que educação é tão importante quanto comida. Que entendamos que a felicidade não é um destino. Que tenhamos menos medos, que escutemos mais músicas, compremos mais flores, derrubemos menos árvores, desperdicemos menos água...