Olhando para trás, concluo que foi um tempo de luto, de balanço, de reflexão, de reavaliação, de reconstrução e, sobretudo, de mudanças. Apesar de todo o sofrimento, arrisco dizer que, esse tempo foi positivo, já que entrei em contato com um mundo do qual eu desconhecia a existência. Mas o processo ainda está em andamento...Aprendi a valorizar ainda mais os meus amigos, pessoas tão queridas e amadas. Tornei-me um POUCO menos impaciente, principalmente comigo mesma, a não me cobrar tanto. E o mais importante: curti muito a minha própria companhia, o silêncio é realmente um grande amigo, um verdadeiro caminho para a consciência das coisas...Neste iniciozinho de melhora, posso afirmar também que deixei decididamente o passado para trás. E lamento pelas escolhas vazias e pela "perdição" - no sentido de "estar perdida" - de uma pessoa que foi tão importante para mim. Muitas vezes, escolhe-se um caminho aparentemente repleto de companhias e aventuras para maquiar uma grande solidão e uma ausência de projetos. Já eu sigo em busca de sonhos e realizações completamente opostas. Hoje vejo que foi bem melhor assim, andarmos em caminhos distintos. Por isso, passado esse tempo, percebo que só tenho a agradecer a essa pessoa.Por ora, vejo-me envolvida com decisões a cerca da minha vida profissional, tateando e "espiando" as opções que estão a minha frente, agora também mais atenta às pessoas a minha volta. Apesar de muito esperta, ainda sou muito inocente quando o assunto é "bondade" - tendo sempre a acreditar que os outros têm bom coração, mas na vida real, mesmo longe do mato, há sempre cobras pelo meio do caminho tentando enlaçar nossas pernas, desprovidas de brilho próprio e, por esse motivo, sempre prontas a dar o bote e escorrer veneno. Apesar da desilusão, da perda de certos sentimentos primordiais para a vida humana, creio que isso é só momentâneo e que irei conseguir restabelecer esses sentimentos. Só não vou usa-los como sempre usei, não me arriso a passar por isso tudo novamente, como meu amigo Márcio, adotei a tática dos covardes, a tática do desapego.
"Depois do fim secar as lágrimas, que seja assim, são aguas passadas"